Marinha australiana paralisa atividades por 2 meses
Meraiah Foley
Os marinheiros da Austrália receberam um presente de Natal inesperado com o anúncio, na terça-feira, de que todos os membros não essenciais das forças navais do país teriam dois meses de licença paga.
Em lugar de varrer os conveses e polir os metais, a maior parte dos cerca de 13 mil integrantes da marinha de guerra australiana poderão desfrutar do sossego nas férias de verão, que começam em 3 de dezembro no hemisfério sul.
A iniciativa, anunciada pelo ministro da Defesa Joel Fitzgibbon, é parte de uma série de reformas cujo objetivo é tornar a marinha de guerra australiana um empregador mais benévolo para com as famílias dos militares.
As forças de defesa da Austrália, como muitos dos setores da economia do país, vêm sofrendo escassez e mão-de-obra habilitada nos últimos 15 anos, à medida que a economia do país floresce. A concorrência oferecida pelo setor de mineração e as mudanças nas atitudes dos trabalhadores, que hoje parecem menos interessados em seguir a mesma carreira por toda a vida, tornam mais difícil o trabalho de recrutamento.
Mas um novo programa, conhecido como Marinha da Nova Geração, está procurando maneiras de tornar a marinha de guerra um empregador mais cordial e menos exigente, com melhores serviços para os filhos do pessoal naval e condições de serviço flexível para os pais e mães que a instituição emprega.
Os cônjuges dos integrantes da marinha australiana ainda precisam arcar com as longas ausências de seus maridos e esposas durante missões navais de longa duração, mas agora podem ser recompensados de maneira mais generosa por esses sacrifícios.
Fitzgibbon anunciou que o governo planejava anunciar diversos benefícios novos para o pessoal naval no ano que vem. O governo australiano considera que selecionar e reter pessoal é "o maior desafio" que as forças de defesa do país terão de enfrentar na próxima década.
Cerca de 11% dos integrantes da marinha deixam o serviço a cada ano, e atualmente apenas 73% das metas de recrutamento vêm sendo cumpridas, de acordo com a marinha.
"Podemos investir bilhões em nossas capacidades - navios de guerra, jatos modernos, etc., mas nada disso nos será muito útil se não dispusermos do pessoal necessário a tripular esse equipamento", disse o ministro em entrevista à rádio nacional. "Temos de encontrar novas maneiras de tornar atraente a vida nas forças armadas, especialmente na marinha".
A folga de verão estendida é vista como uma medida "provisória", com o objetivo de propiciar descanso ao pessoal, fatigado devido à necessidade de cobrir um déficit de efetivos que chega a 2.020 marinheiros, mas pode se tornar parte fixa do calendário naval no futuro, disse Fitzgibbon.
"Não existe motivo para que não possamos ter um período mais longo de folga a cada Natal", ele afirmou. "Estamos considerando todas as maneiras de encorajar as pessoas a continuarem nas forças armadas. E o equilíbrio entre vida familiar e vida de serviço tem importância muito, muito grande nessa equação".
Conceder licença ampliada à marinha é uma decisão séria para a Austrália, um país ilhéu, e por isso nem todos os marinheiros do país terão direito a praia e churrascos.
Navios da marinha continuarão a patrulhar os cerca de 10 mil quilômetros da linha costeira australiana, e mais ou menos 500 oficiais e marinheiros continuarão em serviço ativo no Golfo Pérsico e outras partes do Oriente Médio, onde auxiliam a missão de ocupação do Iraque liderada pelos Estados Unidos.
"A segurança nacional da Austrália continua a ser a nossa prioridade", disse o vice-comandante da marinha australiana, contra-almirante Davyd Thomas. "Nossos navios continuarão a realizar missões de proteção às fronteiras e cumpriremos nossos compromissos no Oriente Médio".
Para o comandante Andrew Mierisch, a abordagem mais delicada da marinha é boa notícia.
Em 2005, ele passou para a reserva naval, depois de uma carreira de 25 anos que o conduziu a todos os mares do mundo. Um desejo de passar mais tempo em casa com a mulher e dois filhos pequenos o levou a procurar uma alternativa à vida em alto mar - meta que a marinha o ajudou a realizar. Mierisch agora está encarregado de instruir jovens oficiais sobre como equilibrar seu trabalho e suas metas de vida sem deixar a marinha. Ele afirmou que o programa Marinha da Nova Geração representa uma grande mudança de pensamento, ante as estruturas rígidas e hierárquicas que costumavam dominar as carreiras militares.
"Eles estão tentando pensar de maneira original", disse Mierisch. "Sinto que a liderança, no momento, é do tipo que pode conduzir a pensamento bastante radical e interessante".
Herald Tribune
“Nós já tivemos navios de madeira e homens de aço. Agora nós temos navios de aço e homens de madeira, e temos que voltar aonde estávamos naquilo que diz respeito aos homens.”
Heinz SCHAEFFER
"Danem-se os torpedos. Adiante a toda força."
David FARRAGUT
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Pode ser uma boa idéia...
Só para os militares que REALMENTE penam, não incluídos aí os "barnabés".
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